sexta-feira, 1 de outubro de 2010

ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Ao iniciar o trabalho com uma nova turma de Pós-Graduação, a de Engenharia de Segurança do Trabalho quero dar as boas vindas aos novos alunos e desde já, instigá-los a pensar em projetos de pesquisa comprometidos com a área de conhecimento mas, sobretudo, voltados a resolver problemas do cotidiano de sua atividade profissional e das demandas de nossa região.
Talvez seja prudente lembrarmos do objetivo do curso: O Curso de Especialização, em nível de pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho tem por objetivo o aperfeiçoamento de profissionais, de nível superior registrado no CREA, visando um resultado mais eficaz nas ações de prevenção dos riscos profissionais e em promoção de melhorias nas condições de trabalho. Prevenção é a palavra chave que move estes profissionais a buscar uma especialização com propósitos profissionais evidentes mas, é também uma tomada de postura e conscientização  em prol de uma melhor condição de trabalho para todos.
Dados do Ministério da Previdência Social dão a noção exata de que ao se falar em segurança do trabalho estamos discutindo um tema que efetivamente interessas a todos nós.
      


  • Os acidentes de trabalho afetam a produtividade econômica, são responsáveis por um impacto substancial sobre o sistema de proteção social e influenciam o nível de satisfação do trabalhador e o bem estar geral da população. No Brasil, os registros indicam que ocorrem três mortes a cada duas horas de trabalho e três acidentes a cada minuto de trabalho. Isso apenas entre os trabalhadores do mercado formal, considerando o número reconhecidamente subestimado de casos para os quais houve notificação de acidente do trabalho, por intermédio da Comunicação do Acidente do Trabalho - CAT.
  • Estima-se que a ausência de segurança nos ambientes de trabalho no Brasil tenha gerado, no ano de 2003, um custo de cerca de R$32,8 bilhões para o país. Deste total, R$ 8,2 bilhões correspondem a gastos com benefícios acidentários e aposentadorias especiais, equivalente a 30% da necessidade de financiamento do Regime Geral de Previdência Social – RGPS verificado em 2003, que foi de R$ 27 bilhões. O restante da despesa corresponde à assistência à saúde do acidentado, indenizações, retreinamento, reinserção no mercado de trabalho e horas de trabalho perdidas. Isso sem levar em consideração o sub-dimensionamento na apuração das contas da Previdência Social, que desembolsa e contabiliza como despesas não acidentárias os benefícios por incapacidade, cujasCAT’s não foram emitidas. Ou seja, sob a categoria do auxílio doença não ocupacional, encontra-se encoberto um grande contingente de acidentes que não compõem as contas acidentárias.


    segunda-feira, 9 de agosto de 2010

    O processo de produção do conhecimento

    O conhecimento científico pode ser investigado  de diferentes maneiras  ou perspectivas. Botomé (1994) ao propor um esquema de representação do processo de produção do conhecimento científico identifica ser possível examinar tanto o processo como o produto.  A visibilidade do processo é descrita pelo autor por meio de diferentes operações que constituem a seqüência dos comportamentos realizados na produção do conhecimento científico, diferente de autores que apresentam as etapas para a elaboração de trabalhos científicos de forma prescritiva (Cervo e Bervian, 1977; Rudio, 1978; Ruiz, 1989; Severino, 2000) é possível caracterizar tal atividade como um processo realizado por sujeitos por meio de seus comportamentos. Botomé (1994) descreve os seguintes comportamentos gerais como componentes do processo de produção do conhecimento: 1) Delimitar o problema de pesquisa; 2) Estudar (rever) o conhecimento disponível; 3) Definir o objetivo de pesquisa; 4) Especificar as perguntas de pesquisa; 5) Planejar o método de obtenção dos dados ou informações para construir as respostas às perguntas de pesquisa; 6) Obter os dados ou informações que sustentarão as resposta às perguntas de pesquisa; 7) Analisar os dados ou informações analisadas; 8) Construir enunciados a partir dos dados ou informações analisadas; 9) Interpretar os enunciados construídos a partir dos dados ou informações analisadas; 10) Organizar um texto científico que relate a pesquisa feita. É importante destacar que as etapas gerais de um processo de produção de conhecimento podem ser subdivididas e que são interdependentes, necessitando de domínios de conhecimentos específicos e de habilidades apropriadas à sua realização (BOTOMÉ, 1997).
    O processo de produção do conhecimento não se encerra na elaboração de um texto científico, tem sua continuidade na busca pela garantia de acesso a este conhecimento. Um relato científico ganha relevância social e científica quando socializado, quando disponibilizado ao acesso de outras pessoas, pesquisadores da área de conhecimento e população geral.